Resumo do que foi discutido de importante no primeiro dia da Assembléia da CBHb: Nada!


Lendo o Press Release distribuído pela agência de Marketing da CBHb e conversando com algumas pessoas que estão no evento, eu fiquei impressionado. Mesmo com toda a cartolagem reunida, nada de importante e determinante para o handebol brasileiro foi discutido no primeiro dia da Assembléia Geral Ordinária da Confederação Brasileira de Handebol.

Assembléia Geral da CBHb. Jorge Henrique (Photo&Grafia)

Muito blá blá blá sobre o mundial aqui no Brasil, mas sem a apresentação de nenhum dado novo e concreto. Discussões vazias sobre a Liga Nacional e uma palestra, definida como muito chata por um dos presentes no evento, sobre Legislação Desportiva. Eh, eles começaram muito bem...
Sobre o que foi liberado para a imprensa, eu separei alguns pontos interessantes:

O presidente da CBHb, Manoel Luiz Oliveira, ressaltou o valor da realização do Mundial Feminino no país. “É muito importante para o nosso handebol que tenhamos um evento dessa grandeza no Brasil. Estamos nos empenhando muito em vários sentidos para que essa realização seja a melhor possível”.

“Vamos trabalhar muito para representar bem o esporte brasileiro. Temos que pensar que um evento como esse é tão importante como uma Copa do Mundo de futebol ou Jogos Olímpicos. Só assim vamos conseguir fazer um bom campeonato”, disse Adalir Pecos Borsatti, presidente Fundação Catarinense de Esporte, falando sobre o mundial em Dezembro.

Manoel Luiz Oliveira apresentou ainda relatórios financeiros referentes ao ano de 2010 e projetos que visam a melhoria da Liga Nacional, principalmente no que diz respeito a adequações de calendários, para que seja possível uma melhor adaptação entre competições disputadas pelos clubes brasileiros e Seleções.

Sem muitas delongas, vamos realmente ao que interessa?
  1. Quem pagou as 80 passagens e quanto foi o custo total do evento?
  2. Sobre o mundial, quando serão apresentados o planejamento estratégico do evento, o site oficial, as cidades sedes e o local da abertura e do encerramento, além dos locais de treino para as 24 seleções que vão participar do mundial?
  3. Sobre o mundial, quanto vai custar o evento?
  4. Ainda sobre o mundial, já que as entradas não vão ser cobradas, quem vai pagar a conta? Serão os patrocinadores ou serão somente verbas públicas?
  5. Sobre os relatórios financeiros da CBHb, onde eles são disponibilizados para eu dar uma olhadinha neles? Sobre os estatutos da CBHb quando que será instituída uma cláusula que impede reeleição até o final da vida?
  6. Sobre a Liga Nacional, por que aos invés dos senhores discutirem calendário, não discutem coisas mais importantes como, por exemplo, a expansão da liga para o Centro-Oeste, Norte e Nordeste? 
Se é para gastar o dinheiro que poderia ajudar o handebol de muitas formas que façam o trabalho bem feito e não usem a assembléia apenas para encontro anual de amigos e turismo

4 comentários:

  1. Kiko,

    E afinal, como terminou a Assembléia Geral da CBHb? Todos os presidentes compareceram? Levaram propostas e relatórios? O que de importante esses representantes de federações levarão para seus estados? Propostas para alavancar o handebol, modelos de projetos de parceria público/privada ou qualquer tipo de projeto que visa descobrir novos talentos para 2016? O que estes dirigentes fazem nestes 2 dias de Assembléia? Só ouvem? Não buscam respostas, questionam, apresentam projetos? Nada, nada?!?!?

    Já que você nos informou que 40 bilhetes de ida/volta foram emitidos para os mandatários ou seus representantes, nada mais justo que aprofundarmos neste assunto. Alguém faltou? Algum presidente deixou de ir? Alguém questionou o homem dos SETE? Alguém apresentou alguma proposta sólida ou ao menos digna de nota? Alguém perguntou porque a CBHb parou de enviar a ajuda de custo para as Federações? Alguém solicitou ajuda para seu estado? Alguém perguntou "E agora, presidente, se o handebol já estava difícil com o patrocínio da Petrobrás, como ficaremos sem patrocínio algum?"?
    Espero que os representantes levem para seus estados muito mais do que fotos em pontos turísticos de Aracaju e histórias de noitadas. Afinal, o presidente dos SETE só está lá porque todos eles foram coniventes. Ou seriam medrosos?

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  2. Kiko,

    Quanto à Liga Nacional, participam dela as 7 ou 8 equipes com melhor poder aquisitivo (nem sempre, pois algumas são aventureiras e tem estrutura amadora ao extremo). Com uma ou mais equipes do Nordeste, a Liga ficaria ainda mais cara. Mas antes que o pessoal do Nordeste me critique, pensem também no lado contrário: quanto que essa(s) equipe(s) do Nordeste gastaria(m) apenas com deslocamento? Não é pouco, minha gente. E nem sempre a Confederação atende aos pedidos dos clubes para aproximar datas de jogos e facilitar o deslocamento das equipes, evitando viagens extras e muitas vezes para cidades próximas umas das outras. A forma como a Liga é feita está desgastada e não traz retorno nenhum aos clubes.
    A Liga Nacional é a principal competição da CBHb. Onde já se viu disputar uma competição adulta, organizada pela confederação de um país e, ao ser campeão, receber medalhas, troféu e.....e.....e.... nada mais? É isso mesmo: o campeão da Liga recebe medalha, troféu e acabou! Não há uma premiação em dinheiro, garantias de retorno publicitário, exposição da marca dos patrocinadores...nada!!!
    Poderia ser pior: se ao invés de ser transmitido pela ESPN, os jogos da Liga fossem transmitidos pela SporTV, que simplesmente APAGA e não fala os nomes dos patrocinadores das equipes (vide a transmissão da Superliga de Volei). As camisas das equipes de handebol parecem mais um varal, de tanto patrocínio. Os nomes das equipes são gigantescos. Mas é preciso dar valor à cada uma desses parceiros, por reconhecimento e valor que dão ao esporte. E isso a ESPN faz. Ponto pra ela (eu disse ponto para a ESPN e não para a CBHb, ok?)!

    Li um outro comentário no seu blog sobre a mudança da forma de disputa da Liga, onde seria feita uma disputa primeiramente regional e os classificados disputariam uma grande final. Nada mais justo para coroar um verdadeiro campeão e deixar a Liga menos onerosa para os clubes.

    A inscrição da Liga não é nada barata. As equipes deveriam ter ao menos um jogo transmitido pela ESPN (muitas das vezes escolhido pela CBHb). Uma equipe não gasta menos de R$ 250.000,00 (levando-se em consideração o deslocamento apenas sul/sudeste) para participar da Liga para, caso seja campeã, levar um troféu para dentro do seu clube. Como que os clubes vão querer investir tanto dinheiro em um campeonato sem mídia, sem expressão, muitas vezes sem público e decifitário? Os jogos que acontecem em SP tem tido um público abaixo do medíocre (exceto na fase final). Em Londrina e no Espírito Santo, pudemos conferir um público acima da média, muitas das vezes lotando os ginásios.
    Acho que temos muita coisa a discutir sobre o esporte. A começar, pelo respeito a quem pratica.

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  3. Anônino, atualmente, nem as Copas de Handebol que acontecem nas cidades não têm premiação em dinheiro. Ao menos R$ 1 mil reais é distribuído para o campeão. A situação da Liga Nacional é péssima que na última Assembléia, eles discutiram sobre o calendário da Liga! Calendário? Pelo amor de Deus! Milhões de outras coisas mais importantes, não que isso não seja, mas se preocupar com calendário? Cadê a preocupação em atrair mais equipes, parceiros, TV, por exemplo? Que não seja a Globo, mas que seja qualquer TV aberta, mesmo que transmita um jogo por dia às 8 da manhã do domingo, já é algo fantástico.

    E olha, graças a Deus, mas graças a Deus mesmo que temos a ESPN, senão, estávamos mais perdidos ainda...

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  4. Kiko,

    Fico muito feliz que tenha utilizado minhas perguntas no post onde questiona o saldo final da assembléia. Temos que divulgar isso aí, cutucar a onça mesmo.

    Quanto ao dinheiro, tenho que discordar. Há sim lugares onde se tem premiação em dinheiro, inclusive campeonatos de Federação. Não é uma grande quantia, mas qualquer coisa, do jeito que o handebol anda, é bem vinda.

    Acredito que as coisas na Confederação só mudarão quando o homem dos sete, Fabiano Redondo e os outros saírem de lá. Nunca vi um homem que é responsável pelo marketing de uma Confederação não conseguir apoio nem da padaria da esquina, se contentar com merreca. Vergonhoso.

    Calendário de Liga? Ah, vá...
    Todas as equipes que participaram ano passado se manterão na disputa? A fórmula será a mesma? Meu Deus, sinto vergonha alheia...

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